sexta-feira, 10 de janeiro de 2014



Todos os fatos cotidianos, por mais corriqueiros que sejam, servem como pano de fundo para reflexões.
Fatos insólitos também. Sabem aquelas coisas que só acontecem com a gente? Pois é.

Outro dia, voltando para casa depois de mais um dia exaustivo de trabalho, percebo ao longe uma mulher, aparentemente uma moradora de rua, esbravejando alto, talvez com seu inimigo oculto, porque cá para nós: não havia ninguém com ela... O mais assustador é que ela estava com um pedaço ameaçador de pau na mão... Quer coisa mais assustadora do que um pedaço de pau na mão de um morador de rua? Ainda mais quando falam sozinhos? Horrível, o pedaço de pau...
Fiquei petrificada, mas tive que seguir meu caminho, que cada vez ficava mais próximo do caminho da dita cuja. Tentava relembrar mentalmente o que poderia haver na minha bolsa que servisse como arma para me defender no caso de um ataque iminente... não havia nada. Só a coragem. E a cara, a minha cara, que ficaria bem prejudicada nessa situação desvantajosa.
E ela vinha vindo... esbravejou e fez que ia avançar em uma criança no ponto de ônibus. A pobre da criança quase caiu com o susto e foi se afastando, fungando e chorando. Meu coração foi a mil. Chegava a hora do confronto. Estava cada vez mais perto...
Quando estávamos a cerca de uns três metros de distância uma da outra, a doida dá meia volta, como se tivesse esquecido de algo, e segue o mesmo trajeto que o meu, atravessando a rua logo em seguida, sempre praguejando e gesticulando. Suspirei extremamente aliviada. Mas as pernas estavam em frangalhos, eu mal conseguia manter-me de pé. O jeito foi dar um stop numa loja de conveniência e beber algo bem refrescante. 
O mundo anda meio louco mesmo, obrigando-nos a estar sempre na defensiva contra tudo e todos...



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